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O processo para uma obra integrar o acervo dessas grandes bibliotecas é longo e costuma levar meses. É preciso entrar em contato com o setor de análise ou diretamente com os próprios bibliotecários, caso sejam acessíveis. Existem equipes de curadores para cada área, que avaliam e decidem por aceitar ou não o livro. As traduções de Rafael se destacam por serem publicadas em edições bilíngue, o que gera mais interesse pelas bibliotecas estrangeiras. “As edições bilíngues são menos comuns e isso confere qualidade ao texto”, afirma o professor.
The British Library é a maior biblioteca do Reino Unido em termos de volume: são mais de 20 milhões de obras no acervo. “É a biblioteca das bibliotecas. Ela abastece todas as bibliotecas regionais. É lá que estão documentos valiosos, como o primeiro livro editado no mundo e o primeiro folio de Shakespeare. Meus livros foram incluídos na
National Library of Scotland. “Ela só aceita obras relevantes para a história escocesa. Eles já têm livros demais e não aceitam qualquer coisa, por isso fico feliz que minhas traduções tenham sido aceitas.”
Library of Birmingham é uma biblioteca municipal, mas que se destaca por ter a coleção mais relevante de Shakespeare. “O acervo tem traduções de Shakespeare em 73 idiomas. Só em chinês, são mais de 20 traduções de autores diferentes. É a maior biblioteca de Shakespeare do Reino Unido. E em termos de espaço físico, é a maior biblioteca da Europa”, explica o autor. Os livros de Shakespeare traduzidos para o português que constavam no acervo da
Shakespeare Birthplace Trust, as obras da EdUFSC são as únicas em língua portuguesa. “Essa é uma instituição de grande valor cultural para a Inglaterra”, afirma. “As editoras não percebem a importância de colocar os livros nessas importantes bibliotecas, pois é lá que as obras serão preservadas. Eu quero divulgar o meu trabalho, por isso faço esse esforço.”
Rafael Raffaelli foi professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) de 1980 a 2014. Seu percurso pela tradução começou ao acaso. “Eu utilizava Shakespeare em sala de aula, mas algumas coisas me incomodavam nas traduções, por isso decidi eu mesmo começar a traduzir.” A primeira obra que traduziu foi Macbeth, publicada nos Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas em 2008. A tradução, que está disponível online, foi citada em publicações estrangeiras e, segundo o autor, teve ampla repercussão. “Hoje as obras publicadas online são muito mais divulgadas do que as impressas. Mas é importante o livro impresso, pois essa é a melhor forma de preservá-lo. Além disso, cada edição é uma obra de arte. Temos que pensar em cada detalhe. Eu gosto de acompanhar todo o processo de edição.”
Além das duas obras recém-lançada, Rafael também já traduziu “Do jeito que você gosta” e A tempestade, ambas publicadas pela EdUFSC. Nesta quinta-feira, 22 de junho, o professor participa do Círculo de Leitura de Florianópolis, com o tema “Shakespeare: sua tradução”. O encontro, que é aberto a todos, será às 18h30, na sala Harry Laus da Biblioteca Universitária (BU).